Evandro Soares conecta o saber popular com questões da arte contemporânea, liga sua longa experiência em serralheria (que confere à sua produção qualidade técnica irrepreensível) ao frescor com que trada as questões que advêm dos códigos construtivistas, minimalistas e até mesmo do design e da arquitetura. Uma inventividade intuitiva rege seu modo de pesquisar a linha como fundamento do desenho, sua maneira de tratá-la como único elemento de sua linguagem artística. O artista manobra e expande o conceito de desenho entre os espaços bidimensional e tridimensional, entre a forma inscrita sobre o suporte e a projeção para fora dele; realiza deslocamentos até a dimensão do objeto e às vezes até à instalação, quando extrapola os limites do suporte e instala a obra diretamente na parede, por meio de formas criadas com linhas metálicas que se fixam perpendicularmente na parede, e de vinil adesivo recortado, que por sua vez desempenha a função de sombra. O espaço é o grande motivo da obra de Evandro Soares que surpreende pela inteligência plástica das estruturas de pequenos espaços dentro de pequenos espaços, de escadas que acessam escadas ou que dão em mundos subjetivos.